Feedback é qualquer informação que você recebe sobre si mesmo. Pode ser formal, como numa reunião de avaliação de desempenho; informal, como numa conversa entre amigos; de expressão verbal, manifesto por meio de palavras; ou de expressão comportamental, por meio de olhares, expressões faciais ou ações; direta, como aquela crítica clara e objetiva que recebe de alguém; ou implícita, como aquela indireta que você não tem certeza do que significa, nem se tem a ver com você. O feedback, portanto, não é apenas uma avaliação formal por escrito, ele pode vir por meio de um agradecimento, um reconhecimento, um convite, um olhar, um presente e tantos outros comportamentos.

Há desafios tanto para quem dá quanto para quem recebe um feedback. Para quem emite fica o desafio de comunica-lo de maneira adequada, ajustada e que produza o efeito desejado. O processo de preparação é difícil, exige coragem e gasto de energia. O problema é que nem sempre o receptor está preparado, fica aborrecido, na defensiva, se desmotiva e não compreende os objetivos do emissor. Para quem recebe, fica o desafio de desprender-se de suas defesas, procurar realizar uma autoanálise, ponderando o que foi dito com o fim de realizar as mudanças necessárias, visando seu desenvolvimento. O problema é que muitas vezes, o receptor entende o feedback como injusto, descabido, mal programado, mal direcionado e enxerga o avaliador como alguém incapaz de entende-lo, portanto, sem autoridade para emitir opiniões a seu respeito.

Receber um feedback é tão difícil quanto emiti-lo porque possuímos duas necessidades emocionais que nos acompanham ao longo da vida e que geram uma tensão entre si: um desejo de aprender e evoluir e, ao mesmo tempo, uma necessidade de sermos amados, aceitos e respeitados assim como somos. Quando o feedback é positivo ele alimenta a necessidade de sermos amados, aceitos e respeitados, nos deixando confortáveis, aliviados e realizados. Enquanto emissores, o receptor não nos rejeita, nem fica aborrecido, mantendo a estabilidade do relacionamento. E enquanto receptores nos alegramos com os resultados e avaliações recebidas. Quando o feedback é negativo ele fere a nossa necessidade de aceitação e nos constrange. Enquanto emissores, corremos o risco de sermos mal vistos e chatearmos outras pessoas, perdendo o nosso prestígio junto a elas. Enquanto receptores, podemos nos sentir ofendidos, feridos, injustiçados ou denegridos, desconsiderando a avaliação que nos foi feita.

A principal variável do feedback é o receptor, pois é ele quem define o que quer assimilar, o que está ouvindo, o que deve ou não mudar. Nós, enquanto emissores, devemos fazer a nossa parte que é nos prepararmos da maneira mais competente possível, procurando minimizar os danos que o feedback poderá causar. Cabe a nós, enquanto receptores, dominarmos as técnicas necessárias para conduzirmos o próprio aprendizado, reconhecermos e controlarmos as nossas resistências e defesas, sabermos lidar com as críticas, mesmo quando elas parecerem injustas, ou forem ditas de maneira inadequada, tirando delas insights que nos ajudem a crescer.

Fato é que todos temos conquistas, triunfos, mas também erros e fracassos. Muitas vezes, temos dificuldade em mostrar nossas limitações e falhas, preocupados com o que os outros poderão pensar a nosso respeito, com medo de transmitir uma imagem de fraqueza. É importante perceber e saber que estas situações não definem quem somos, mas podem ser utilizadas como oportunidades de crescimento, capacitação e desenvolvimento. O fato de sermos questionados ou criticados a respeito de algumas características, comportamentos ou opiniões, não significa que deixamos de ser amados, aceitos ou respeitados por quem somos, afinal, essas características não revelam todo nosso ser, somente uma parte dele. Ninguém nasce pronto. Se pensássemos assim, até os feedbacks mais espinhosos começariam a ser menos ameaçadores, traríamos mais leveza para nossa vida e trataríamos com mais gentileza os erros e falhas, tanto nossos quanto de outras pessoas.